Fiquei um bom tempo sem vontade de escrever no blogue, não que não estivesse acontecendo alguma coisa, eu só fiquei sem vontade mesmo. Mas esses dias fui a Muniz Freire com minha família e foi muito legal. Fui na roça onde morei durante 5 anos, mais acho que foram os anos mais marcantes da minha vida por ter sido na adolescência. Fui muito feliz lá apesar dos pesares. O lugar era cheio de histórias e estórias. Adoro contar as estórias de lá, meu amarido diz que se eu escrevesse um livro iria fazer muito sucesso, só de contar os causos do Guaribu. Mas eu não penso nisso, sou contadora de estórias, não escritora. Lembrei de muitas persongens que passaram na minha vida naquele lugar, e foram muitas. Bons tempos apesar da grande dificuldade que era morar lá. Aquilo era um martírio pra minha mãe que não gostava de roça, mas pro meu pai era o paraíso, e a gente que é filho não tem muita escolha, é gostar ou gostar. E no fim soma tudo e de repente dá um saldo positivo. Infelizmente, a grande popularidade que eu tinha naquela época não perdurou, meus "amigos" não me seguiram ao longo desses 25 anos, o que ficou foi ilustres conhecidos, com lembranças legais pra contar. Pouquíssimos a contar nos dedos ainda falam comigo, isso porque eu achava que era uma pessoa legal. Mas a vida é assim, ela separa todo mundo pra ver quem volta depois, e quando eu voltei, não tinha ninguém lá. Mas o que restou de vida real me basta. Não sou egoísta a ponto de querer achar que seríamos amigos para sempre, as pessoas tem mais o que fazer. Minha vida de lá pra cá mudou muito, me transformei de amiga legal pra estranha em comum. Quem conviveu comigo naquela época não me reconheceria mais. Eu mudei muito. O sofrimento me mudou. Eu que acreditava em contos de fadas, vivi a mais sórdida história dramática. Caminhei sem rumo e me perdi pelo caminho. Não tive uma bússola pra me orientar. Ah se eu tivesse uma bússola naquela época! Tudo teria sido diferente. Mas tudo bem, com o tempo eu descobri que o mundo gira, e de vez em quando a gente esbarra com o passado e dá um chute na cara dele. Eu que ria ter me tornado alguém melhor, mais importante, alguém que minhas filhas se orgulhassem quando falassem de mim, mas infelizmente isso ainda não foi possível. Eu sou apenas um monte de lembranças de tempos difíceis, de tristezas e decepções, poucas coisas honrosas eu pude fazer, mas infelizmente, nada que ficasse na memória de que quem se beneficiou. Mas, eu ainda tenho 41 anos, quem sabe eu ainda posa surpreender...

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